Campeão!
Em campo, 12 leões comandados por Minelli
Por José Maria de Aquino para a Revista Placar, 1978.
Republicado na coleção Grandes Reportagens de Placar, 2001.
Dirão que foi uma decisão fria, feia, conseguida apenas na cobrança de pênaltis, com erros de Cerezo, Márcio e Joãozinho Paulista.
Dirão que a história acaba de registrar uma das maiores zebras do futebol, uma fantástica aberração. Dirão que não é possível um time como o São Paulo, cheio de problemas de contusão e suspensão de Serginho, pudesse chegar aonde chegou. Dirão que é terrível que um time como esse pudesse emudecer o Mineirão, lotado pela torcida mais alegre e fiel de todo o Brasil.
Dirão mil coisas. E daí? Por acaso não constava do regulamento do Campeonato Brasileiro que a decisão poderia ser feita com cobrança de pênaltis?
Mais ainda. Por acaso não fez o São Paulo, domingo à tarde, bem mais que o Galo, por merecer a faixa de campeão - que agora ostenta orgulhoso em seu suado peito? Não teria esse jogo feito do goleiro João Leite uma das grandes figuras em campo, fazendo defesas incríveis, marcando e se firmando como um dos melhores do Brasileiro? Por acaso não teria Márcio tirado de cima da linha de gol um chute preciso de Chicão?
Claro que sim. É certo que, nos cálculos feitos por todos, olhando para os pontos ganhos e até para o número de jogadores chamados para a Seleção Brasileira, tudo apontava o Atlético como feliz e tranqüilo vencedor. O São Paulo preparou-se com cuidado, armou-se para provar que qualquer guerra só pode ser anunciada como ganha depois de vencida a última batalha.
Conseguiu-os não só desprezando as qualidades do adversário e, ao contrário, tratando de anulá-las. Sabia que Cerezo, Ângelo e Marcelo são seus principais jogadores - já que Reinaldo, assim como Serginho, estava de fora, suspensos pelo tribunal -, organizando quase todas as suas jogadas. Darío Pereyra grudou em Cerezo; Teodoro juntou-se a Ângelo; Chicão fez o mesmo com Marcelo; Peres - que entrou no lugar de Teodoro - não largou de Paulo Isidoro; o resto ficou por conta de Antenor, cada vez mais perto do lateral de que o São Paulo precisa; de Getúlio, anulando Ziza; de Tecão, numa de suas melhores partidas pelo São Paulo; e de Bezerra, que, agora, depois dessa campanha dispensa apresentações.
O ataque fez o que pôde, com Mirandinha, necessariamente, um pouco isolado; com Zé Sérgio dando trabalho a Valdemir e depois a Alves, com Viana surpreendendo pelo brio e com Waldir Peres, um dos três melhores goleiros do Brasil. Sereno, preciso, presente nas horas mais difíceis, quando precisou fazer seus milagres, detalhes que acabaram empurrando o time mais pra frente, catimbando quando Márcio foi cobrar o último pênalti do Galo, chutando-o para fora.
Todos os elogios devem ser dirigidos ao técnico Minelli, mais uma vez muito feliz na escolha do esquema de jogo a ser colocado em prática, e aos jogadores que cumpriram fielmente, foram 13 leões de garras afiadas, merecendo todos os aplausos e toda a festa dedicada por sua torcida. Mas, entre todos eles, um especificamente precisa ser colocado um degrau acima daquele em que os outros se situaram. Falo, e todos o mineiros falaram por muito tempo após o jogo, de Chicão.
1977 - Campeão Brasileiro.Dirão que a história acaba de registrar uma das maiores zebras do futebol, uma fantástica aberração. Dirão que não é possível um time como o São Paulo, cheio de problemas de contusão e suspensão de Serginho, pudesse chegar aonde chegou. Dirão que é terrível que um time como esse pudesse emudecer o Mineirão, lotado pela torcida mais alegre e fiel de todo o Brasil.
Dirão mil coisas. E daí? Por acaso não constava do regulamento do Campeonato Brasileiro que a decisão poderia ser feita com cobrança de pênaltis?
Mais ainda. Por acaso não fez o São Paulo, domingo à tarde, bem mais que o Galo, por merecer a faixa de campeão - que agora ostenta orgulhoso em seu suado peito? Não teria esse jogo feito do goleiro João Leite uma das grandes figuras em campo, fazendo defesas incríveis, marcando e se firmando como um dos melhores do Brasileiro? Por acaso não teria Márcio tirado de cima da linha de gol um chute preciso de Chicão?
Claro que sim. É certo que, nos cálculos feitos por todos, olhando para os pontos ganhos e até para o número de jogadores chamados para a Seleção Brasileira, tudo apontava o Atlético como feliz e tranqüilo vencedor. O São Paulo preparou-se com cuidado, armou-se para provar que qualquer guerra só pode ser anunciada como ganha depois de vencida a última batalha.
Conseguiu-os não só desprezando as qualidades do adversário e, ao contrário, tratando de anulá-las. Sabia que Cerezo, Ângelo e Marcelo são seus principais jogadores - já que Reinaldo, assim como Serginho, estava de fora, suspensos pelo tribunal -, organizando quase todas as suas jogadas. Darío Pereyra grudou em Cerezo; Teodoro juntou-se a Ângelo; Chicão fez o mesmo com Marcelo; Peres - que entrou no lugar de Teodoro - não largou de Paulo Isidoro; o resto ficou por conta de Antenor, cada vez mais perto do lateral de que o São Paulo precisa; de Getúlio, anulando Ziza; de Tecão, numa de suas melhores partidas pelo São Paulo; e de Bezerra, que, agora, depois dessa campanha dispensa apresentações.
O ataque fez o que pôde, com Mirandinha, necessariamente, um pouco isolado; com Zé Sérgio dando trabalho a Valdemir e depois a Alves, com Viana surpreendendo pelo brio e com Waldir Peres, um dos três melhores goleiros do Brasil. Sereno, preciso, presente nas horas mais difíceis, quando precisou fazer seus milagres, detalhes que acabaram empurrando o time mais pra frente, catimbando quando Márcio foi cobrar o último pênalti do Galo, chutando-o para fora.
Todos os elogios devem ser dirigidos ao técnico Minelli, mais uma vez muito feliz na escolha do esquema de jogo a ser colocado em prática, e aos jogadores que cumpriram fielmente, foram 13 leões de garras afiadas, merecendo todos os aplausos e toda a festa dedicada por sua torcida. Mas, entre todos eles, um especificamente precisa ser colocado um degrau acima daquele em que os outros se situaram. Falo, e todos o mineiros falaram por muito tempo após o jogo, de Chicão.
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