SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE

CNPJ/MF nº 60.517.984/0001-04
Fundação: 25 de janeiro de 1930
Apelidos: O Mais Querido, Clube da Fé, SPFC, Tricolor Paulista.
Esquadrão de Aço (30-35), Tigres da Floresta (30-35), Rolo Compressor (38-39, 43-49), Tricolor do Canindé (44-56), Rei da Brasilidade (50-60), Tricolor do Morumbi (60-), Máquina Tricolor (80/81), Tricolaço (80/81), Menudos do Morumbi (85-89), Máquina Mortífera (92/93), Expressinho Tricolor (94), Time de Guerreiros (2005), Soberano (2008), Jason (08-09), Exército da Salvação (2017), O Mais Popular (2023), Campeão de Tudo (2024).
Mascote: São Paulo, o santo.
Lema: Pro São Paulo FC Fiant Eximia (Em prol do São Paulo FC façam o melhor).
Endereço: Pr. Roberto Gomes Pedrosa, 1. Morumbi; São Paulo - SP. CEP: 05653-070.
Site Oficial: www.saopaulofc.net
E-mail: site@saopaulofc.net
Telefone: (55-0xx11) 3749-8000. Fax: 3742-7272.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

São Paulo F.C: Uma indústria de futebol


Publicado em A Gazeta Esportiva de 25/07/1980

90 milhões de cruzeiros. Mirandinha abriu o mercado para o São Paulo, no exterior. Por necessidade o clube buscou outras alternativas para receitas. O elenco numeroso era uma carga muito pesada para o São Paulo, um clube deficitário no futebol. A diretoria começou a emprestar e vender jogadores disponíveis e conseguiu uma salvadora importância.

Encontrou boa receptividade dos outros centros, em vários países, e aproveitou a imagem positiva que o futebol brasileiro ainda projeta. A malícia, a ginga, a criatividade do futebolista brasileiro são requisitos importantes e foram explorados pela diretoria do São Paulo, que, habilmente foi colocando jogadores no México, nos Estados Unidos, na Suíça, na Alemanha, na Arábia Saudita e no Japão.

Conseguiu até mesmo dispensar a presença, às vezes nefasta, do empresário. Iniciou o intercâmbio fazendo prevalecer à seriedade. E como em qualquer outro tipo de negócio, o comprador precisa acreditar no vendedor. E os números provam que o vendedor São Paulo, hoje, inspira confiança aos compradores, quase todos, mercados desenvolvidos e de grande potencial financeiro.

O São Paulo assumiu uma filosofia adulta. Sabe que o caminho é a industrialização do futebolista. Bom produto vendido por um bom preço reforça a empresa e vai marcando cada vez mais o mercado. O São Paulo optou pela exportação. Aqui você vai conhecer um clube com idéias bem profissionais.

Um milhão e meio: dólares

“O São Paulo conseguiu emprestando e vendendo jogadores para outros países, mais de 1,5 milhão de dólares”.

Jaime Franco, um dos diretores de futebol do São Paulo Futebol Clube, reafirmou o sucesso do clube com negociações envolvendo jogadores para outras partes do mundo:

“Há quase quatro anos que o São Paulo vem mantendo contatos, mostrando jogadores, apresentando propostas, recebendo ofertas, dizendo aquilo que pretende, enfim, trabalhando para conseguir cada vez mais, um mercado comprador melhor”.

“O clube investiu no tempo. Tentou muito antes de conseguir emprestar o jogador Mirandinha, em maio de 1978, para o Tampa Bay, dos Estados Unidos. Foi um bom negocio para o São Paulo e para Mirandinha. Depois ele foi emprestado para o Memphis, outro empréstimo para o Monterrey, do México, voltou para o Brasil e agora está emprestado ao Atlético de Goiás. O atacante ganhou um bom dinheiro e o São Paulo também”.

“A seriedade foi a grande arma para o nosso clube ter conseguido a permanência de uma porta aberta para o exterior. Nada de gato por lebre. Quando um jogador é negociado com outro país o São Paulo diz ao comprador a verdadeira condição do atleta. Suas contusões, o seu estado atual, na opinião do São Paulo até onde o jogador pode chegar e há muita preocupação de não vender para outros países, jogadores que não tenham aqui no São Paulo um bom comportamento. Não quer o São Paulo vender problemas, quer manter o mercado vendendo soluções”.

Contato Direto

“O São Paulo só pode pretender ser um vendedor se agir com lisura diante de consumidores desenvolvidos. O objetivo da presidência é trabalhar como uma verdadeira empresa exportadora. O comprador tem que confiar no vendedor. É o primeiro item para o sucesso de um bom e quase eterno relacionamento”.

“O jogo da verdade em transações comerciais é certeza de sucesso. Cada mercado comprador tem a sua característica de negociar. O São Paulo não atua da mesma maneira com todos, mas a clareza na apresentação do produto é importante para qualquer interessado e é assim que o São Paulo vai conseguindo cifras”.

“O Dallora teve uma grande participação em tudo isso e continua acompanhando de perto o trabalho que vem sendo realizado, usando a sua experiência. Ele e outros dirigentes conseguiram os primeiros contatos, ajustando o primeiro de uma série de muitos negócios”.

“O São Paulo prefere o contato direto. Não está marginalizando os empresários, mas quando há possibilidade de um acordo entre presidentes ou diretores, o clube entende como ideal. Claro que em muitos negócios o nosso clube precisou de empresários para servirem como elos mas somente em momentos necessários”.

O Itamarati do Morumbi!

As rendas paralelas conseguidas e criadas pela atual administração do São Paulo, são muitas. Anúncios no interior do estádio e a liberação para campanhas promocionais, provocam bons resultados financeiros para o clube. O carnê também é uma outra boa fonte de receita.
Mas o futebol que é apontado por todo o país como deficitário e sem alternativas, para o São Paulo apresente caminhos criativos.

Agora o São Paulo tem um representante fixo no México e o diretor Jaime Franco, explica:
“Afinal, hoje o São Paulo acredita e é acreditado. Esse homem mantém contatos, serve como elo de ligações entre o clube e outros interessados em negociar. Está num ponto muito bom e além do mais, México e Estados Unidos são grandes mercados consumidores”.

“O nosso clube foi mais além: criou uma divisão de Relações Internacionais. Uma espécie de Itamarati. Fritz Alain Gegauf é o responsável por este setor que é obviamente interligado ao departamento de futebol”.

“A função desta divisão é divulgar e promover o clube e o time de futebol. Provocar um grande relacionamento do São Paulo com pessoas e clubes de todos os continentes”.

Mirandinha foi o 1º!

“Depois de Mirandinha, o São Paulo negociou muitos outros jogadores, vendendo-os, emprestando-os. Miguel com o Memphis, Zequinha com o Dallas Tornado, Miller com o Guadalajara Universidad, Murici com o Puebla do México, e Milton também para o Guadalajara, o Vicente primeiro para o Dallas e depois para o Grasshopper da Suíça, Itamar com o Universidad de Honduras, o Gonçalo com a Honda no Japão, o Buca com o Hamburger Sport, o Ailton Lira com o futebol árabe, o Teodoro ao Dallas Tornado e creio que nos próximos dias o Edu com o futebol da Bélgica”.

“A divisão de Relações Internacionais deve ainda fazer o trabalho de programar excursões, promover convites a outros times de futebol para partidas, tentar negociar ou iniciar contatos para a venda ou empréstimo de atletas disponíveis. E também sondar preços de grandes jogadores de todas as partes do mundo. O São Paulo quer ser um clube cada vez mais atualizado”.

“É um verdadeiro processo de divulgação. Todos os países do mundo devem saber que o São Paulo é um grande clube, possui um grande time, tem grandes jogadores disponíveis e trata o futebolista como um produto bem produzido, e que pode ser útil a qualquer mercado internacional principalmente”.

Imagem limpa

A diretoria do São Paulo não esconde que o equilíbrio no departamento de futebol tem acontecido graças aos negócios comerciais, principalmente com o exterior, algo intransponível apararentemente aos principais clubes brasileiros:

“Deu certo, o São Paulo agora cuida da imagem. Não admite que ela seja arranhada ou que alguém duvide da sua maneira limpa de negociar. Futebol profissional é isso. Só pode sobreviver com variáveis comerciais”.

“Está sendo produzido um material de divulgação, em dois idiomas: português e inglês. Mostrando as equipes inferiores do São Paulo, como são cuidadas, e os resultados que produzem o clube. Seria mais ou menos: Isto é o São Paulo. Ressaltando as conquistas de time e do clube, os jogadores que integram ou integraram seleções nacionais e aqueles que estão caminhando para uma convocação”.

“Está quase pronta uma relação de todos os clubes profissionais da divisão principal, de todo o mundo, de todos os continentes. O São Paulo enviará para todos eles um exemplar do “Isto é o São Paulo” e tentará manter uma grande troca de informações. O custo não é pequeno mas o São Paulo tem certeza de que o retorno será altamente positivo”.

Oscar: dentro da filosofia

“Será um intercâmbio de informações. Aquilo que já existe em diversas atividades o São Paulo quer incrementar e espera que o futebol brasileiro ganhe com isso”.

“O São Paulo tem conseguido muitos e bons negócios no exterior. Aproveita a experiência comercial dos seus dirigentes. Se estes homens usufruem de muitas alternativas em seus negócios particulares, devem fazer o mesmo com o futebol que hoje é um verdadeiro produto, ainda explorado em eficácia”.

“A contratação do Oscar, por exemplo, aconteceu no momento certo para o jogador, para o São Paulo e até mesmo para o Cosmos. Para este tipo de “instante ideal” surgir é um necessário um acompanhamento daquilo que ocorre em outros centros e é o que o São Paulo pretende”.

“Um jogador que hoje é dispensável ao São Paulo ainda pode render um bom dinheiro ao clube, servir bem ao comprador e até mesmo conseguir uma certa independência financeira. Um negócio é bom quando agrada a todos. Quero dizer também e esse é o pensamento da diretoria, que nenhum jogador é inegociável. Todos possuem preços, uns, grandes importâncias, outros, valores razoáveis”.

“Esta é a filosofia comercial do São Paulo com o mercado do exterior. O clube dá bons produtos e recebe boas importâncias. Quer manter a imagem de um comerciante honesto e pretende fazer tudo para agradar seus clientes. A linguagem que estou usando é bem comercial já que o objetivo é exatamente tratar o futebol como um verdadeiro produto”.

FONTE: BLOG DO WANDERLEY NOGUEIRA

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