O profissionalismo, adotado em 1933, teve a honra de ser inaugurado oficialmente no futebol brasileiro em uma partida do São Paulo. O primeiro jogo dessa nova era ocorreu em 12 de março de 1933 e não podia deixar de ser uma goleada, para ficar bonito na história: 5 X 1 sobre o Santos, lá na Vila Belmiro.
A história do profissionalismo no Brasil se mistura com a história do próprio São Paulo Futebol Clube. O Tricolor nasceu da união de dissidentes e jogadores da AA das Palmeiras e do CA Paulistano, fiel defensor do amadorismo. Com a decisão desse último em abandonar o futebol quando a liga por ele fundada e defendida foi extinta (LAF, 1929), os sócios e dirigentes ao esporte vinculados procuraram o clube da região da Chácara da Floresta (AA das Palmeiras) para dar origem a uma nova agremiação que representasse a cidade e o estado no contexto futebolístico nacional.
Não bastasse isso, a própria reorganização do clube, em 1935, também decorreu da disputa que envolvia o profissionalismo nos conturbados anos 30, o famoso caso da cissão das ligas. Tudo começou em 1934, ano de Copa do Mundo. De um lado a APEA e a FBF, profissionais (nas quais o São Paulo era filiado) e do outro a CBD, amadora. A FIFA somente reconhecia a CBD como entidade oficial e somente jogadores filiados a ela poderiam disputar a Copa do Mundo. Por sua vez a APEA, FBF e o São Paulo não liberariam os atletas dessas entidades (Luizinho, Armandinho, Waldemar de Brito e Sylvio Hoffmann, do Tricolor, haviam sido "convocados" pela CBD).
Entretanto, apesar de todo o movimento político, os atletas foram "contrabandeados" pela CBD e viajaram para defender a Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Desde então, o São Paulo viu-se ilhado politicamente. Outros clubes da cidade, que antes também esconderam jogadores para escapar à essa convocatória, com o tempo trocaram de lado e, assediados pela CBD com vantajosos amistosos internacionais - que somente a CBD poderia proporcionar - fundaram uma nova liga no Estado de São Paulo, esta agora filiada diretamente a CBD, que também resolveu adotar o profissionalismo, tardiamente.
A CBD, desde o caso de 1934, não era bem vista por muitos dentro do São Paulo principalmente pelo fato de que graças a perda de atletas (foram os únicos paulistas naquela seleção) é que o time não foi campeão paulista naquele ano, em que somente foi derrotado uma única vez, justamente para o time que se tornaria campeão, que havia escondido jogadores em uma fazenda no interior e que meses depois encabecearia a fundação da liga rival.
A confiança do São Paulo no título de 1934 não era injustificada. Analisando os números do Tricolor no decorrer do ano de 1933 (com os principais selecionáveis escalados) isso se torna visível: o clube havia sido vice-campeão Paulista e também vice-campeão do do primeiro torneio Rio-São Paulo, então chamado de Campeonato Brasileiro de Futebol Profissional (este não unificaram ainda), deixando para a posteridade a melhor média de gols da história do clube (3,74gols por jogo) e as 19 goleadas aplicadas em 34 jogos, a saber:
6 X 1, 4 X 2 e 4 X 2 no Corinthians;
6 X 2, 5 X 1 e 4 X 1 no Santos;
5 X 1 no Vasco da Gama;
7 X 3 no Flamengo;
7 X 4 no América-RJ;
4 X 1 no Bangu;
5 X 2 e 3 X 0 no Fluminense;
7 X 1 e 4 X 1 no Ypiranga;
5 X 0 no São Bento;
7 X 1 e 12 X 1 no Sírio;
4 X 0 na Esportiva São José;
5 X 2 no Sãomanoelense.
Cabe, por fim, lembrar que no regime profissional o São Paulo Futebol Clube é o maior vencedor do futebol brasileiro. Maior campeão paulista, com 20 títulos (ao lado do Santos), maior campeão brasileiro (desde 1971) e clube com mais conquistas internacionais.
12.03.1933
Amistoso Nacional
Santos (SP) Estádio da Vila Belmiro
SANTOS Futebol Clube (SP) 1 X 5 SÃO PAULO Futebol Clube (SP)
SPFC: Moreno; Sylvio Hoffmann e Iracino; Ferreira, Zarzur e Orozimbo (Raffa); Patrício, Waldemar de Brito, Friedenreich, Araken Patusca/capitão e Hércules. Técnico: Clodoaldo Caldeira (Clodô)
Gols: Friedenreich, 11/1; Araken Patusca, 39/1; Waldemar de Brito, 12/2; Waldemar de Brito, 20/2; Araken Patusca, 37/2
SFC: Athiê; Meira e Garcia; Waldomiro, Bisoca e Alfredo (Dino); David, Armandinho (Victor), Catitu (Strauss), Mário Seixas e Logú
Gols: Logú, 3/2
Árbitro: Antônio Sotero de Mendonça
Renda: 14:196$000
Como está o processo de alteração dos estatutos, onde a fundação de 25 de janeiro de 1930 é colocada como oficial e 16 de dezembro a reorganização?
ResponderExcluirja foi aprovado, só nao está no estatuto pois o estatuto está na justiça.
ExcluirZarzur jogou nas duas fases do SPFC (1930-1935)?
ResponderExcluirsim
ExcluirPra variar alguém quer levar a glória que epertence a São Paulo e ao São Paulo...
ResponderExcluirhttp://www.fluminense.com.br/site/futebol/2013/04/16/ha-80-anos-o-fluminense-inaugurava-o-futebol-profissional-no-brasil/
Thanks for any other excellent article. The place else could anyone get that kind of
ResponderExcluirinformation in such a perfect method of writing? I've a presentation subsequent week, and I am on the look for such info.
Here is my webpage; cellulite treatment reviews
Times da 2ª divisão mineira que fazem homenagens em seus distintivos ao SPFC, Grêmio e Boca.
ResponderExcluirhttp://escudosdomundointeiro.blogspot.com.br/2013/06/campeonato-mineiro-de-futebol-2013-2.html
As Tuas Glórias, vem do passado!
ResponderExcluir