Em 2019, o São Paulo disputará a
Liga Ouro de Basquete em busca do acesso à principal liga do esporte no Brasil,
a NBB. É o retorno do Tricolor à modalidade profissional após 16 anos de
ausência: na temporada 2002/2003, a torcida são-paulina viu em quadra o time
feminino, liderado por Janeth Arcain, ser campeão nacional.
Contudo, a história do clube com
a modalidade é bem mais antiga, tendo origem no segundo semestre de 1942. Na
época, o presidente tricolor, Décio Pacheco Pedroso, resolveu transformar o São
Paulo em uma associação poliesportiva. Além do futebol e do basquete, foram
adotados também o atletismo, o pugilismo, o vôlei, o remo, o tênis, dentre
outros esportes, como até mesmo a esgrima, o xadrez e o beisebol.
O primeiro passo foi dado com o
time masculino de basquete, que antes ainda de completar um ano de atividades,
faturou o título do Campeonato Paulista de 1943 (ou melhor dizendo, como ficou
conhecido posteriormente, do Campeonato Metropolitano, pois na época também
existia o Campeonato do Interior do Estado e naquela edição não houve
cruzamento dos vencedores).
Na mesma temporada, o São Paulo
venceu também o Triangular Rio-São Paulo-Minas, derrotando o Fluminense na
decisão. O sucesso no empreendimento masculino motivou a criação do setor
feminino, na sequência. E as vitórias também vieram: Campeãs do Torneio Início
de 1944, da III Olimpíada Tricolor (confrontos contra o Fluminense), e do
Campeonato Paulista (válida a mesma observação feita acima).
Nesta fase, os principais nomes
do basquete no clube eram, no masculino, Naim, Montanarine, Abreu, Massenet e
Nigro. Já no feminino, Rute, Lais, Vanda, Antonieta e Elisa. Todos e todas com
passagens por seleções estaduais e nacionais. As equipes de basquete
são-paulinas, na época, eram tão respeitadas que tal prestígio motivou uma
equipe de militares norte-americanos, que serviam a esquadra do país deles em
águas brasileiras, a um jogo amistoso contra os tricolores no Pacaembu: e o
Tricolor venceu, em noite que valeu o recorde de público e renda para o esporte
no cenário sul-americano, até então.
Contudo, com a difícil negociação
para a obtenção de uma nova sede social, onde o São Paulo pudesse erguer o
próprio estádio de futebol e acomodar também seus setores poliesportivos (o
time de basquete, por exemplo, mandava
seus jogos no Clube Anhangüera), a tardia evolução desse processo e o contínuo aumento
de custos, os departamentos amadores forem sendo fechados, um a um, até
restarem apenas o atletismo e o boxe durante a construção do Morumbi, nos anos
50.
Desta maneira, o Tricolor se
manteve afastado dos jogos de basquete de categorias adultas (pois sempre
manteve times sociais e federativos em categorias de base) até retornar
timidamente em 1989 e 1990: no primeiro ano venceu o Campeonato Paulista da 2ª
divisão, então nomeado de 1ª divisão; e no segundo participou da divisão
principal. Voltou, porém, a se licenciar logo depois.
Foi somente em 2002, sob a tutela
de Marcelo Portugal Gouvêa, com o comando do técnico Alexandre César Cato, e em
parceria com a AA Guaru, de Guarulhos, que o basquete são-paulino atingiu seu
ápice: o time de Janeth, Kátia, Palmira, Simone, Íris e cia sagrou-se campeão
brasileiro. Além disso, a equipe chegou a disputar o Campeonato Mundial, em
2003, terminando em sétimo lugar.
Agora, em 2019, com a equipe
masculina, um novo capítulo se inicia para o esporte no Tricolor.
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