SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE

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Fundação: 25 de janeiro de 1930
Apelidos: O Mais Querido, Clube da Fé, SPFC, Tricolor Paulista.
Esquadrão de Aço (30-35), Tigres da Floresta (30-35), Rolo Compressor (38-39, 43-49), Tricolor do Canindé (44-56), Rei da Brasilidade (50-60), Tricolor do Morumbi (60-), Máquina Tricolor (80/81), Tricolaço (80/81), Menudos do Morumbi (85-89), Máquina Mortífera (92/93), Expressinho Tricolor (94), Time de Guerreiros (2005), Soberano (2008), Jason (08-09), Exército da Salvação (2017), O Mais Popular (2023), Campeão de Tudo (2024).
Mascote: São Paulo, o santo.
Lema: Pro São Paulo FC Fiant Eximia (Em prol do São Paulo FC façam o melhor).
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sábado, 12 de setembro de 2009

Bode Augusto


Imagem da Revista São Paulo Notícias, nº86 (1997), pg 50.

Tira o Bode ou Fica o Bode?

Texto de Agnelo di Lorenzo, saudoso historiador do clube.

Paralelamente ao universo futebolístico, razão principal das existência do Clube, muitos outros fatos, por estarem estreitamente ligados à sua existência, assumem alta significação sentimental e, por isso, acabam constituindo-se em acontecimentos dignos de nota. Um bode foi o causador e protagonista de um desses fatos. Ele se chamava Augusto, viveu no Canindé e foi considerado mascote do SPFC, prática comum naquela época.

Augusto chegou ao Canindé por volta de 1948. Mais ou menos um ano depois, o clube estava tendo parte de sua área reformada, com a plantação de diversos pés de eucalipto. Esqueceram-se, entretanto, de se entender com Augusto. Resultado: Ele era vidrado em mudas de eucalipto e devorou todas.

O fato provocou uma grande confusão, principalmente entre os sócios do clube. Uns achavam que o bode tinha que sair de lá para prosseguir o ajardinamento; outros achavam que ele poderia ficar. A polêmica chegou a tal poto que gerou duas alas políticas no quadro associativo - uma adepta do "Tira o Bode" e a outra, do "Fica o Bode".

Após exaustivos debates, chegou-se à conclusão de que o problema só poderia ser resolvido por votação. Na base do você decide, o partido "Fica o Bode" ganhou estourado.

O prestígio do Augusto, claro, aumentou consideravelmente, para o desespero dos jardineiros. E se bode comum já não é de respeitar muito decisões de outros animais, imaginem bode mimado... Pois assim Augusto foi adquirindo outros hábitos extravagantes, entre eles o de gostar de cigarros. Não para fumá-los, mas para comê-los...

Os que frequentavam o Canindé naquela época lembram: ninguém passava por perto do bode com cigarros no bolso sem tomar um "bote". Ao sentir o cheiro, Augusto simplesmente enfiava o focinho no bolso dos distraídos arrebatando tudo o que encontrava. Foi o precursor dos trombadinhas de hoje. Nos treinos que de vez em quando assistia, então, quando dava o "bote" abria-se uma clareira nas arquibancadas (cinco ou seis degraus de concreto) idêntica à dos dias de jogos quando estoura uma briga e a polícia cai de cacetete.

Por causa da grande "liberdade" que havia conquistado no Canindé, vez por outra Augusto dava uma escapadela pelas ruas. Quando não voltava na "hora combinada", um time de funcionários ia buscá-lo. Era o "time da perua", constituído, entre outros, pelo motorista Ambrósio e pelo "xará" Augusto, outras figuras folclóricas e queridas do Canindé.

Mas um dia a escapadela foi fatal para Augusto, estraçalhado por cachorros. É bom que se esclareça que nessa época o Canindé já era da Portuguesa - e que o São Paulo ainda estudava como acomodar todas as suas coisas, entre elas o bode Augusto.

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