O grande diferencial do São Paulo para os tradicionais clubes brasileiros está na meta. Além de sempre contar com bons goleiros, o clube é inigualável em preservá-los no elenco. Se há nove anos consecutivos Rogério Ceni é titular da equipe e há 16 anos está ligado ao clube, seus antecessores não deixaram por menos. Zetti reinou absoluto durante sete anos, Gilmar Grimaldi quatro e Waldir Peres 11 anos.
A história de goleiros duradouros no Tricolor remonta o final da década de 40, quando José Poy (já falecido), argentino de Rosário, aportou no clube e jogou durante 14 anos. "Nasci e vou morrer no São Paulo" disse Poy em 1982, com seu indisfarçável portunhol. E depois dos 500 jogos com a camisa são-paulina ainda foi técnico nas categorias de base e da principal.
Mal terminou o reinado de Poy como goleiro, já estava pronto o sucessor: Sérgio Valentin, que, do banco de reservas, assimilou as virtudes do argentino e colocou-as em prática em meados da década de 60. Sérgio foi bicampeão paulista pelo São Paulo em 1970/71, e jogou no time que tinha Forlan, Jurandir, Roberto Dias e Gilberto Sorriso na defesa; Nenê e Gérson no meio-de-campo; Paulo Nani, Terto, Toninho Guerreiro e Paraná no ataque. Participou de 203 jogos com a camisa do clube e só deixou o Morumbi em 1975, ao se transferir para o arqui-rival Corinthians, porque havia perdido a posição para Waldir Peres, que igualmente aguardava a chance de ser fixado como titular.
A escola de goleiros do São Paulo exige relativo período de estágio como reserva, indica ao pretendente à vaga treinos exaustivos e correções freqüentes de defeitos. E depois de se submeter a esse ritual, Waldir Peres destacou-se como um dos principais goleiros do País, recompensado com três convocações consecutivas a Copas do Mundo. Inicialmente em 1974, na Alemanha, quando foi chamado após contusão de Wendell, figurando-se como terceiro goleiro. Quatro anos depois, na Argentina, foi reserva imediato de Leão. E a terceira vez, na Espanha, em 1982, foi titular absoluto, com reparo apenas na atuação diante da Rússia, na estréia.
Em 1984, Waldir já não era o goleiro regularíssimo e o clube havia se equivocado ao não preparar um substituto. Apostou em Barbiroto e Abelha, mas ambos não ratificaram aquilo que deles se esperava. Aí, após admissão do erro, o clube buscou Gilmar Grimaldi no Inter (RS), que restabeleceu a normalidade na posição e, no primeiro ano de clube, em 1985, já sagrou-se campeão paulista, na finalíssima contra a Lusa.
Por cinco anos Gilmar foi tido como bom goleiro e uma liderança na equipe são-paulina. A rigor, às vezes até exagerava na transparência e há quem diga que essa tenha sido a razão de perder espaço no clube. Seja pela língua afiada ou por motivos técnicos, o certo é que perdeu a posição para o paciente Zetti em 1990, que se transformou numa "muralha" naquele esquadrão montado pelo técnico Telê Santana (já falecido), em meados da década de 90. Assim, até 1997, Zetti quase não dava chances para Rogério Ceni, que aspirava a posição.
Naquele ano, com a transferência de Zetti para o Santos, chegou a tão esperada vez de Rogério. E surgiu o primeiro goleiro-artilheiro do futebol do Brasil. O resto da história continua a ser contada.
A história de goleiros duradouros no Tricolor remonta o final da década de 40, quando José Poy (já falecido), argentino de Rosário, aportou no clube e jogou durante 14 anos. "Nasci e vou morrer no São Paulo" disse Poy em 1982, com seu indisfarçável portunhol. E depois dos 500 jogos com a camisa são-paulina ainda foi técnico nas categorias de base e da principal.
Mal terminou o reinado de Poy como goleiro, já estava pronto o sucessor: Sérgio Valentin, que, do banco de reservas, assimilou as virtudes do argentino e colocou-as em prática em meados da década de 60. Sérgio foi bicampeão paulista pelo São Paulo em 1970/71, e jogou no time que tinha Forlan, Jurandir, Roberto Dias e Gilberto Sorriso na defesa; Nenê e Gérson no meio-de-campo; Paulo Nani, Terto, Toninho Guerreiro e Paraná no ataque. Participou de 203 jogos com a camisa do clube e só deixou o Morumbi em 1975, ao se transferir para o arqui-rival Corinthians, porque havia perdido a posição para Waldir Peres, que igualmente aguardava a chance de ser fixado como titular.
A escola de goleiros do São Paulo exige relativo período de estágio como reserva, indica ao pretendente à vaga treinos exaustivos e correções freqüentes de defeitos. E depois de se submeter a esse ritual, Waldir Peres destacou-se como um dos principais goleiros do País, recompensado com três convocações consecutivas a Copas do Mundo. Inicialmente em 1974, na Alemanha, quando foi chamado após contusão de Wendell, figurando-se como terceiro goleiro. Quatro anos depois, na Argentina, foi reserva imediato de Leão. E a terceira vez, na Espanha, em 1982, foi titular absoluto, com reparo apenas na atuação diante da Rússia, na estréia.
Em 1984, Waldir já não era o goleiro regularíssimo e o clube havia se equivocado ao não preparar um substituto. Apostou em Barbiroto e Abelha, mas ambos não ratificaram aquilo que deles se esperava. Aí, após admissão do erro, o clube buscou Gilmar Grimaldi no Inter (RS), que restabeleceu a normalidade na posição e, no primeiro ano de clube, em 1985, já sagrou-se campeão paulista, na finalíssima contra a Lusa.
Por cinco anos Gilmar foi tido como bom goleiro e uma liderança na equipe são-paulina. A rigor, às vezes até exagerava na transparência e há quem diga que essa tenha sido a razão de perder espaço no clube. Seja pela língua afiada ou por motivos técnicos, o certo é que perdeu a posição para o paciente Zetti em 1990, que se transformou numa "muralha" naquele esquadrão montado pelo técnico Telê Santana (já falecido), em meados da década de 90. Assim, até 1997, Zetti quase não dava chances para Rogério Ceni, que aspirava a posição.
Naquele ano, com a transferência de Zetti para o Santos, chegou a tão esperada vez de Rogério. E surgiu o primeiro goleiro-artilheiro do futebol do Brasil. O resto da história continua a ser contada.
Ariovaldo Izac para o site Camisa 12.
ariovaldo-izac@ig.com.br
20/11/2006.
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