Aqui uma coletânea de registros sobre o fatídico dia em que o Santos de Pelé preferiu fazer "cai-cai" frente ao Tricolor em goleada exemplar.
Como entrada:
A goleada em cima do Santos de Pelé em 1963
Revista Lance! Especial: Série Grandes Clube - São Paulo (1999).
Entre tantos fracassos, uma vitória é lembrada com carinho pelos torcedores são-paulinos: a goleada sobre o Santos por 4 a 1 no dia 15 de agosto de 1963. O jogo ficou conhecido [como] a partida do "cai-cai" santista.
A confusão toda começou aos 40 minutos do primeiro tempo. O São Paulo vencia por 2 a 1 e o juiz Armando Marques validou o terceiro gol tricolor, feito por Sabino. Pelé e Coutinho foram reclamar e acabaram expulsos pelo árbitro da partida. O jogo ficou paralisado por alguns minutos. No segundo tempo, Pagão, ex-atacante do Santos, marcou o quarto gol. Outros três jogadores deixaram o campo alegando contusão: Aparecido, Pepe e Dorval. Como o Santos tinha apenas seis jogadores em campo, um a menos que o mínimo permitido, não restou nada a Armando Marques, a não ser decretar o final da partida e a vitória são-paulina.
O grande destaque da partida foi o atacante Pagão.
- Eu sabia que ele era bom no Santos, mas o Pagão provou ser melhor do que eu esperava jogando ao lado dele - disse anos depois Roberto Dias, zagueiro e volante e um dos maiores nomes do São Paulo em todos os tempos. - Foi um dia inesquecível. Nós pedíamos para o Santos parar com o cai-cai e voltar ao campo e jogar bola, mas eles não queriam nem saber e fugiram da partida - recorda-se Dias, deliciado.
Como entrada:
A goleada em cima do Santos de Pelé em 1963
Revista Lance! Especial: Série Grandes Clube - São Paulo (1999).
Entre tantos fracassos, uma vitória é lembrada com carinho pelos torcedores são-paulinos: a goleada sobre o Santos por 4 a 1 no dia 15 de agosto de 1963. O jogo ficou conhecido [como] a partida do "cai-cai" santista.
A confusão toda começou aos 40 minutos do primeiro tempo. O São Paulo vencia por 2 a 1 e o juiz Armando Marques validou o terceiro gol tricolor, feito por Sabino. Pelé e Coutinho foram reclamar e acabaram expulsos pelo árbitro da partida. O jogo ficou paralisado por alguns minutos. No segundo tempo, Pagão, ex-atacante do Santos, marcou o quarto gol. Outros três jogadores deixaram o campo alegando contusão: Aparecido, Pepe e Dorval. Como o Santos tinha apenas seis jogadores em campo, um a menos que o mínimo permitido, não restou nada a Armando Marques, a não ser decretar o final da partida e a vitória são-paulina.
O grande destaque da partida foi o atacante Pagão.
- Eu sabia que ele era bom no Santos, mas o Pagão provou ser melhor do que eu esperava jogando ao lado dele - disse anos depois Roberto Dias, zagueiro e volante e um dos maiores nomes do São Paulo em todos os tempos. - Foi um dia inesquecível. Nós pedíamos para o Santos parar com o cai-cai e voltar ao campo e jogar bola, mas eles não queriam nem saber e fugiram da partida - recorda-se Dias, deliciado.
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Como prato principal:
O dia em que o Tricolor enxotou o todo-poderoso Santos de campo
Livro Dentre os Grandes, És o Primeiro; de Conrado Giacomini (2005).
[...] A expectativa era de goleada. Para os santistas. Afinal, era o auge do time do Rei Pelé: a este altura, agosto de 1963, eles eram os atuais tricampeões paulistas, bicampeões da Taça Brasil, campeões do Torneio Rio-São Paulo, da Libertadores da América e do Mundial Interclubes. Como se tudo isso fosse pouco, a lembrança do último jogo entre Santos e São Paulo estava bem viva na memória de jogadores e torcedores de ambos os times. Pelo Rio-São Paulo, cinco meses antes, o alvinegro praiano arrasou o tricolor paulista por 6 x 2, a maior goleada que o Peixe nos impôs em toda a história do clássico. O jogo estava previsto para o Pacaembu, numa quinta-feira à tarde. A data e o horário, incomuns para um clássico dessa proporção, não afugentou o público. Pelo contrário. Sessenta mil pagantes se acotovelaram no estádio municipal para presenciar o espetáculo. Os santistas, confiantes, queredo uma goleada ainda maior. Os são-paulinos, temerosos, esperando que o time pelos menos honrasse a camisa, independentemente do placar final, foram para a batalha.
Aos 5 minutos, Faustino recebe de Cecílio Martinez, penetra da direita para o meio, passa por dois zagueiros, se aproxima da entrada da área e chuta rasteiro, no canto de Gilmar, uma pintura: 1 x 0 São Paulo. Aos 21, após cruzamento de Dorval, Pelé sobe mais alto que a zaga e empata de cabeça, 1 x 1. O jogo fica equilibrado até os 37 minutos, quando Pagão inicia uma linda e envolvente tabela com Benê, que, livre diante do goleiro, toca para as redes, 2 x 1. Três minutos depois, Sabino recebe passe de Martinez e finaliza, 3 x 1. Começa a confusão: é que o árbitro Armando Marques havia validado o gol do São Paulo mesmo com o bandeirinha tendo assinalado impedimento. Os santistas o cercam e protestam contra a validação do gol. Até aí tudo bem. Só que Coutinho, não satisfeito em reclamar, provoca Armando, insinuando uma suposta homossexualidade do apitador (satisfeito, florzinha?, que teria dito o inseparável consorte de Pelé). É expulso de campo. Em seguida, é a vez de Pelé, inconformado, desacatar o juiz com vários impropérios. O Rei também vai para o chuveiro mais cedo. O jogo fica paralisado por alguns minutos antes de Armando encerrar o primeiro tempo.
Com a vantagem de 3 x 1 no marcador, 11 contra 9 em campo e com mais 45 minutos de tempo pela frente, a chance de o São Paulo aplicar uma estrondosa goleada no Santos era enorme. Não uma sova qualquer, de 5 ou 6 x 1, mas um massacre de 8 ou 9, que poderia virar manchete no mundo todo, justamente no momento em que o Peixe começava a se destacar internacionalmente. Seria um escândalo! No intervalo, nas arquibancadas e sociais do Pacaembu, o comentário geral era de que o Santos não voltaria para o segundo tempo, com receio do vexame que certamente viria. Ainda no entreato, o médico do Santos, Nélson Consetino, confidenciou ao nosso treinador, Osvaldo Brandão, que o jogo não iria acabar porque o Santos melaria a partida.
Apreensão entre os torcedores: o Santos retornaria a campo ou não? Sim, eles voltaram, porém com oito, e não nove jogadores, pois o lateral Aparecido, que tinha estreado naquela noite, misteriosamente contundiu-se no vestiário (?!), e naquela época não eram permitidas substituições. O jogo recomeçou, mas a farsa já estava montada. Aos três minutos, Pepe, depois de uma trivial trombada com Bellini, se joga ao chão, mortalmente ferido. A fuga ia se caracterizando. Aos 7, Dias domina uma bola pela direita, vê Pagão correndo pelo meio e dá um magistral lançamento; Pagão recebe e aponta contra as redes, 4 x 1. Agora não tinha jeito, era o indecente cai-cai ou a derrota estratosférica! Na saída, Dorval vai ao solo após dar um chute e não mais levanta. Com seis jogadores em campo, a partida não poderia prosseguir, pois o Santos não tinha o número mínimo de jogadores em campo (sete). Os jogadores são-paulinos até que tentaram convencer os santistas a parar com o cai-cai e voltar para o campo, mas não houve jeito. Eles não queriam saber e optaram pela fácil e humilhante solução de fugir.
O Santos foi bem-sucedido no seu intento, não levaram a estrepitante surra que tanto temiam. Escolheram pela perda da dignidade, e isso custou caro: quatro dias depois, Pelé, pela primeira e única vez na sua carreira, anunciou, abatido, que estava pensando seriamente em deixar o País, e que qualquer proposta do exterior seria avaliada. Os santistas ficaram tão abalados com a derrota que terminaram o Paulistão na modesta terceira colocação, oito pontos atrás do seu algoz tricolor. Mais importante que o vice-campeonato, só o fato de o são-paulino dizer até hoje, com orgulho, que um dia, o todo-poderoso time do "Rei do Futebol" fugiu de campo com medo do São Paulo.
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Como sobremesa:
Eu nunca disse isso, Pelé...
Revista Oficial do São Paulo FC, nº 108 (2001).
[...] Aos 40 minutos do primeiro tempo, Cecílio Martinez assinalou o terceiro gol tricolor. Pelé e Coutinho, inconformados, desacataram o árbitro e foram expulsos, primeiro Coutinho depois Pelé. Bem que Bellini tentou segurar Pelé após a expulsão de Coutinho. Amigos e companheiros de Seleção Brasileira, Bellini exclamou:
- Não vai lá que o homem te expulsa também. Ele é louco!
Pelé foi e ouviu a frase peculiar do juiz para aqueles momentos:
- O Senhor está expulso! Por favor, retire-se.
No intervalo, o comentário geral era de que o Santos não voltaria para o segundo tempo, com receio de uma goleada histórica que poderia repercutir até no exterior, onde seu time começava a ser conhecido. Mas voltou, só que sem o quarto-zagueiro Aparecido. Naquela época, não havia substituição durante o jogo e a explicação foi a de que Aparecido se machucara. Logo no início do segundo tempo, Pepe, sozinho, caiu inexplicavelmente em campo e saiu de maca. A fuga se caracterizando, mas não antes de Pagão fazer o quarto gol. Aí quem caiu foi Dorval. Com seis jogadores santistas em campo a partida não poderia continuar. Só por isso a goleada não foi maior. No vestiário, após o fim do cai-cai, uma rádio colocou o fone de ouvido em Bellini e em Pelé.
Ainda revoltado, Pelé desafiou o zagueiro são-paulino:
- Quero ver você repetir que o Armando é louco.
Bellini, sem arrependimentos:
- Eu nunca disse isso, Pelé...
Foi sem dúvidas uma grande vitória do São Paulo e poderia ser de mais.
ResponderExcluirsaulobotafogo.blogspot.com
Esse foi um dia absolutamente inesquecivel, para o São Paulo e para mim, que estava nascendo nesse momento, para vivenciar a partir de então as glorias e alegrias do Maior do Mundo!!!
ResponderExcluirO Coutinho falou num programa Golaço que o Milton Neves apresentava pela extinta Rede Mulher que falou Boneca para o Armando Marques. De imediato Armando Marques que sempre chamava os jogadores pelo nome completo disse-lhe chamando pelo nome, Wilson Antonio Honório, que ele não participaria mais do jogo, "Sr Wilson Antonio Honório, o senhor não mais participa da minha partida" ou "do meu jogo", qualquer coisa assim.
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