SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE

CNPJ/MF nº 60.517.984/0001-04
Fundação: 25 de janeiro de 1930
Apelidos: O Mais Querido, Clube da Fé, SPFC, Tricolor Paulista.
Esquadrão de Aço (30-35), Tigres da Floresta (30-35), Rolo Compressor (38-39, 43-49), Tricolor do Canindé (44-56), Rei da Brasilidade (50-60), Tricolor do Morumbi (60-), Máquina Tricolor (80/81), Tricolaço (80/81), Menudos do Morumbi (85-89), Máquina Mortífera (92/93), Expressinho Tricolor (94), Time de Guerreiros (2005), Soberano (2008), Jason (08-09), Exército da Salvação (2017), O Mais Popular (2023), Campeão de Tudo (2024).
Mascote: São Paulo, o santo.
Lema: Pro São Paulo FC Fiant Eximia (Em prol do São Paulo FC façam o melhor).
Endereço: Pr. Roberto Gomes Pedrosa, 1. Morumbi; São Paulo - SP. CEP: 05653-070.
Site Oficial: www.saopaulofc.net
E-mail: site@saopaulofc.net
Telefone: (55-0xx11) 3749-8000. Fax: 3742-7272.

sábado, 27 de março de 2010

Sua história e seus ídolos

Histórico do São Paulo Futebol Clube

Michael Serra - Site Oficial do SPFC.
Texto para o projeto Ídolos (do Metrô)

Até 1950.

Após as agruras de sua fundação, em 16 de dezembro de 1935, e de seus primeiros passos no futebol entre os gigantes estabelecidos de então, o Clube da Fé foi se estruturando. Deixando de se concentrar nos fundos da Igreja do fervoroso Monsenhor Francisco Bastos e de migrar de campo em campo para sediar seus jogos. Em 1938 – após absorver o Estudantes Paulista, uma espécie de clube-irmão – o time passa a atuar no Estádio da Cia Antárctica Paulista, na Rua da Moóca.

Recinto pequeno, mas que serviu de abrigo até a inauguração, em 1940, do Estádio Municipal de São Paulo (que em 1961 seria batizado com o nome de um bastião da sãopaulinidade: Paulo Machado de Carvalho). Nesta ocasião, em um exemplo de orgulho da torcedor paulista para com o Tricolor, sua delegação foi plenamente ovacionada pela platéia que lotava o novo estádio, gritando: São Paulo! São Paulo! São Paulo!

Era uma forma do cidadão paulista extravasar frente ao Presidente da República, que lá estava para os festejos, pela extinção dos simbolos estaduais (como a própria bandeira) e por atos que remetem à 1932... Adotado pelo povo, órfão de representação, o São Paulo Futebol Clube ganhou o apelido de “O Clube Mais Querido” da Cidade. Não bastasse a cidade, e conseqüentemente o Estado, logo o SPFC ganharia também o Brasil...

Nesse contexto entusiasta que o público paulistano viu reinar aquele forte e robusto goleiro, chamado King. Irmão do famoso atacante corinthiano Teleco, se destacava mesmo por fazer defesas firmes com somente uma mão. Teixeirinha, intrépido e jovem ponta-esquerda, que dava ainda seus primeiros dribles, de muitos, pois fora até recordista em número de jogos no São Paulo, sendo atualmente o quarto que mais entrou em campo com a camisa tricolor.

Com visões sempre grandiosas, O Mais Querido foi galgando seu lugar entre os melhores aos poucos, contudo. Primeiro precisou se fortalecer. Veio então o Canindé – adquirido pelo equivalente a 740 contos de réis junto a um casal de italianos (que o alugava a um clube de alemães, o Deutsch Sportive – o qual pouco tempo depois também adentrou ao seio tricolor, fazendo parte da aurora e consagração do esporte amador).

Com seu “Centro de Treinamento” a disposição, a diretoria arriscou. Era hora de elevar o nome ao Brasil, contratando então seu maior ídolo ainda em atividade, aquele por demais admirado pelos franceses na Copa do Mundo de 1938 e que se eternizara até mesmo em uma marca de chocolate: Leônidas da Silva, o Diamante Negro... 200 contos de réis – a maior transação do futebol sulamericano até então – pelo “bonde” foram até baratos. O Clube não parou e formou um verdadeiro esquadrão, na verdade, um Rolo Compressor que faturou tudo naquela década de 40.

Ruy e Bauer compunham com Noronha a mais famosa linha média (laterais e volante) que já existiu no Brasil. Bauer conquistara os cariocas mesmo depois do desastre canarinho na Copa do Mundo de 50, sendo clamando “Monstro do Maracanã”. No ataque – à época composto por cinco homens, também Luizinho, egresso do Palestra. Era o mesmo Luizinho que vestira o manto do São Paulo da Floresta de 1930 à 1935 e que em 1941 comprara, com dinheiro do próprio bolso, seu passe, oferecendo ao único clube que de fato amava.

Para completar aquele elenco clássico, um mestre, El Maestro, o argentino Antônio Sastre. Chegara aqui com 32 anos e com a imprensa local a satirizar, batizando-o DeSastre... Nunca mais se ouviu esta brincadeira após todas as suas conquistas e os seus seis gols marcados em um único jogo. Recorde imbatível no São Paulo até hoje.

Ídolos em destaque

King
Nivacir Inocêncio Fernandes
Goleiro
1936-1937 / 1938-1947
Campeão Paulista de 1943, 1945 e 1946.

Luizinho
Luiz Mesquita de Oliveira
Atacante
1941-1947
Campeão Paulista de 1943, 1945 e 1946.

Ruy
Ruy Campos
Lateral e Médio
1944-1953
Campeão Paulista de 1945, 1946, 1948 e 1949.

Leônidas
Leônidas da Silva
Atacante
1942-1950
Campeão Paulista de 1943, 1945, 1946, 1948 e 1949.

Bauer
José Carlos Bauer
Volante
1944-1957
Campeão Paulista de 1945, 1946, 1948, 1949 e 1953.

Teixeirinha
Elísio dos Santos Teixeira
Atacante
1939-1956
Campeão Paulista de 1943, 1945, 1946, 1948, 1949 e 1953.

Sastre
Antonio Sastre
Médio-Atacante
1943-1946
Campeão Paulista de 1943, 1945 e 1946.

De 1950 à 1970.

E o clube cresceu tanto que logo se viu em um lugar acanhado. Notou que para continuar sua trilha de ascensão era preciso mais, arriscar mais, inovar mais e tornar-se de fato independente. Queria a sua própria casa - um palco próprio e amplo para dignificar seu XI e seus torcedores. Tal sonho sempre esteve em mente, pois até mesmo o primeiro filho do CA Paulistano e da AA das Palmeiras já ousara isto (Tentaram construir eles mesmos o Pacaembu no início dos anos 30, fato que não se concretizou, como se sabe).

Chegara a hora. Depois de idas e vindas em terrenos da Light e do Ibirapuera (onde atualmente é o Círculo Militar) e de se desfazer de sua antiga casa em troca de autorização pública, o São Paulo encontrou sua nova morada. A bem da verdade encontrara um amplo pântano verde isolado de tudo, mas ali vislumbrou o futuro e gostou por demais do que viu. Em 1952 era lançada a pedra fundamental daquilo que se ergueria como o Maior Estádio Particular do Mundo – fato somente superado em 1982, quando o Nou Camp fora reformado para a Copa da Espanha.

Deixou de ser, então, Tricolor do Canindé. Altivo seria o Tricolor do Morumbi!

Só que o percurso que transformou futuro em história foi árduo, sofrido, muito contido. O diretor de finanças avisava: - O que se ganha para o estádio, fica no estádio! E o futebol? Bem... Carência justificável de títulos – ainda assim, o menor se comparado a outros clubes grandes, que não construíram patrimônio de porte nenhum, cabe dizer. Contudo não faltaram ídolos, de garra e raça, obstinados que nunca alçaram uma glória, em sua maioria, mas que são honrados até hoje por tamanho sacrifício.

Bellini fora um grande exemplo disto. Zagueiro clássico, bicampeão do mundo pela Seleção, nunca erguera uma taça de renome com as cores do São Paulo. Teve, porém, outras felicidades, como fazer o Santos de Pelé fugir de campo certa fez em 1963. Pelo mesmo caminho seguiria certo garoto que começara a jogar pelo Tricolor em troca de ovos, leite e carne e que atravessaria praticamente todo aquele período de jejum, mas justamente agraciado com a conquista do título paulista de 1970: Roberto Dias, considerado pelo maior jogador de futebol da história seu melhor marcador.

Mauro, outro zagueiro capitão e bicampeão do mundo pela Seleção, era dotado de tanta qualidade que seu estilo de jogo lhe rendera, inclusive, o apelido Marta Rocha (brasileira famosa nos antigos concursos de beleza). Seu xará, Maurinho, fazia pela ponta-direita o que Canhoteiro fazia pela esquerda, porém com mais discrição e objetividade. Já o ponta-esquerda era digno de proezas como driblar dois marcadores com a bola em cima da linha lateral, ou mesmo ir ao ataque e voltar à defesa com a bola nos pés, somente para cansar os adversários e, claro, descansar os companheiros.

Se Sastre foi o maestro dos anos 40. O mestre da década seguinte certamente fora Zizinho. Mesmo com 37 anos (!), organizara aquele time traumatizado com a perda do título de 1956, entregando-lhe a taça do ano posterior. O último antes do período de seca que se postaria adiante. E que só teve fim graças, também, ao grande serviço – prova de imensa são-paulinidade –, do goleiro argentino Jose Poy. Ele, que durante sua carreira batera os recordes de presença em jogos e se consagrara como o melhor goleiro da história do clube até o surgimento da lenda Rogério Ceni, ao se aposentar fez o que pôde para retribuir o que o São Paulo fizera por ele. E pôde muito. Sozinho vendera mais de 8 mil cadeiras cativas, antes mesmo destas sequer existirem!

Quase 18 anos depois de iniciada sua construção, o Estádio Cícero Pompeu de Toledo enfim se tornara uma realidade, jazendo ali no Morumbi imponente, herdando sua alcunha, como também o sacrifício de cada jogador, dirigente ou torcedor que por tanto o aguardou.

Ídolos em destaque

Mauro
Mauro Ramos de Oliveira
Zagueiro
1948-1959
Campeão Paulista de 1948, 1949, 1953 e 1957.

Poy
Jose Poy
Goleiro
1949-1962
Campeão Paulista de 1949, 1953 e 1957.

Zizinho
Tomás Soares da Silva
Meia
1957-1958
Campeão Paulista de 1957.

Maurinho
Mauro Raphael
Ponta Direita
1952-1959
Campeão Paulista de 1953 e 1957.

Canhoteiro
Ribamar de Oliveira
Ponta Esquerda
1954-1963
Campeão Paulista de 1957.

Bellini
Hideraldo Luiz Bellini
Zagueiro
1962-1968

Roberto Dias
Roberto Dias Branco
Zagueiro e Volante
1960-1973
Campeão Paulista de 1970.

De 1970 à 1990.

Após o jejum, o banquete! Casa sempre cheia, bilheteria a todo vapor. Vieram grandes craques, jogadores de renome nacional e mesmo mundial. Gérson, com sua Canhotinha de Ouro, capaz de primorosos e largos lançamentos, chegou ao time do Morumbi em 1969 e o conduziu ao fim de seu vácuo de títulos em 1970. Mais, lhe deu também o bicampeonato paulista em 1971. Pedro Rocha, uruguaio apontado por Pelé como um dos cinco maiores jogadores de todos os tempos, desembarcara na capital paulista após a Copa do Mundo como uma das contratações mais significativas da história (Estrangeiro top de linha, consagrado internacionalmente e de recente sucesso na competição mais importante do futebol).

A década seria Tricolor novamente pelo certame paulista (Três títulos tricolores contra três, também, do time de Água Branca). Mas isto era pouco, era preciso o Brasil. Nada menos... Para isto, e novamente com tino empreendedor, o São Paulo inaugurou, em 1975, a Escolinha de Futebol Vicente Feola.

Desta pequena semente vieram os frutos que se seguiram.

Enfim em 1977 o Brasil se rendia ao São Paulo, considerado azarão por muitos – olha só! Somente o Clube da Fé poderia conquistar o país daquela maneira. Decisão fora de casa (Mineirão com gente saindo pelo ladrão), em jogo único, enfrentando o time mais técnico e que somara mais pontos em toda a competição, e com seu principal artilheiro, Serginho, suspenso. Serginho, aliás, não somente seria o principal artilheiro do time nesta competição, mas sim por toda a história, sendo até hoje o recordista de gols marcados da história do São Paulo. E tudo isso quando não se encontrava suspenso - claro, o que era um tanto quanto raro...

No fim das contas o empate no tempo normal ainda fora um luxo dos deuses do futebol concedido ao vice-campeão. Poderia o São Paulo ter sacramentado tudo ali mesmo. Nos pênaltis, a santa catimba de Waldir Peres, goleiro consagrado por suas participações em disputas deste gênero – isso sem citar o antigo recorde de número de jogos pelo Tricolor, recentemente superado pelo ícone Rogério Ceni –, foi preponderante. Primeira vez campeão nacional!

Vieram os anos 80 e o filme parecia o mesmo. Em nossos domínios, digo, no Campeonato Estadual, novamente coroado Rei da Década, agora com quatro títulos! Teria, então, mais uma vez São Paulo o Brasil a seus pés? De forma tão surpreendente e marcante? Ah sim. Repetir-se-ia os passos de outrora: antes de grandes conquistas, grandes investimentos! Em 1985, inaugurava-se, ainda em primeiro estágio, o Centro de Concentração de Treinamento Frederico Augusto Germano Menzen, o popular CT da Barra Funda (concluído três anos depois).

No ano seguinte, o prêmio. E como dantes, também fora de casa e contra um time tão técnico quanto. A diferença é que agora o Tricolor também possuía uma Máquina, recheada de jovens promissores – apelidados de Menudos devido ao frisson que seu jogo causava tal qual com os músicos caribenhos homônimos e suas fãs –, mesclada também com a experiência de veteranos, como o zagueiro uruguaio Darío Pereyra, que de tão extrema garra e vontade de jogar atuara também de volante e até meio-campista ofensivo. Formou com Oscar uma das maiores duplas de zaga do futebol moderno.

Mas desta vez, à certa altura, tudo parecia perdido. Quando um lance criado de aparente desespero resultou em gol genial e salvador nos minutos finais: Careca empatara. Ele, revelado no Guarani campeão nacional em 1978, se consagraria pelo Tricolor Paulista e posteriormente vendido ao Napoli pela exorbitante – à época – quantia de 5 milhões de dólares, formaria histórica dupla com o argentino Diego Maradona.

Tinha que ser assim. Decisão por Pênaltis! Com fé, somente com muita Fé o São Paulo se tornava, em 1986, Bicampeão Brasileiro!

A década já estaria poder demais satisfatória, mas ela ainda brindou o surgimento de um futuro craque, que a princípio sofreu para encontrar um lugar ao sol. Rondara, por empréstimo, o interior do Estado e ocupara algum tempo o banco de reservas. Sem se abater, perseverou, tornando-se o grande nome do São Paulo FC nas conquistas do início do decênio seguinte: Raí.

Ídolos em destaque

Gérson
Gérson de Oliveira Nunes
Meia
1969-1971
Campeão Paulista de 1970 e 1971.

Pedro Rocha
Pedro Virgílio Rocha Franchetti
Meia-Esquerda
1970-1977
Campeão Paulista de 1971 e 1975.

Waldir Peres
Waldir Peres de Arruda
Goleiro
1973-1984
Campeão Brasileiro de 1977.
Campeão Paulista de 1975, 1980 e 1981.

Darío Pereyra
Alfonso Darío Pereyra Bueno
Zagueiro e Meia
1977-1988
Campeão Brasileiro de 1977 e 1986.
Campeão Paulista de 1980, 1981, 1985 e 1987

Serginho
Sergio Bernardino
Atacante
1973-1982
Campeão Brasileiro de 1977.
Campeão Paulista de 1975, 1980 e 1981.

Careca
Antônio de Oliveira Filho
Atacante
1983-1987
Campeão Brasileiro de 1986.
Campeão Paulista de 1985.

Raí
Raí Souza Vieira de Oliveira
Meia
1987-1993 / 1998-2000
Campeão Mundial de 1992.
Campeão da Libertadores da América de 1992 e 1993.
Campeão Brasileiro de 1991.
Campeão Paulista de 1989, 1991, 1992, 1998 e 2000

De 1990 aos dias de hoje
Parte I

Depois de pequeno susto no Campeonato Paulista ao fim da década anterior, tudo andava bem pelos lados do Morumbi, como sempre. Logo de cara a faixa de Bicampeão Brasileiro seria posta de lado, desatualizada, pois em 1991, outra vez fora de casa, o Tricolor sagrava-se Campeão Brasileiro, Tri! Tricampeão! Grito este que futuramente seria novamente muito ouvido, para desagrado dos rivais...

Mas para não repetir o mesmo filme das décadas anteriores (e não deixar esse relato chato!), o Tricolor do Morumbi precisava de novos ares, conhecer novos desafios, novos mundos. Fez por onde, renovou seu passaporte e, em 1992, foi visitar nossos hermanos pela América.

Visitante indigesto, fora a conquistando de maneira tímida, a princípio (Impossível não se lembrar das travessuras de um certo Criciúma...). A bem da verdade era vontade de nosso líder, comandante-em-chefe de nossos jogadores, Telê Santana, nem tomar parte naquela competição internacional – Ainda bem que fora convencido do contrário.

Fazendo seu dever de casa, vencendo aqui, tropeçando acolá, ou vice-versa, o São Paulo chegava a decisão máxima do futebol sulamericano jogando dentro de seu templo, pulsante com os mais de 100 mil torcedores. Um clima inédito para eles, um gosto tão especial que passou a ser identificado com a própria torcida, como se veria nos anos vindouros.

E, como não poderia deixar de ser, ergueu a Taça Libertadores após disputa de pênaltis, em que Zetti defendera a última cobrança magnificamente. Enfim o gramado verde de nosso campo se desculpou por sua cor e se viu um mar vermelho, branco e preto tomar conta de tudo. A América do Sul era Tricolor! Restava o Mundo, restava o Barcelona ao fim do ano em um jogo no Japão. Estes que já haviam tombado frente ao novo poder que raiava no ocidente ainda em agosto, por 4 a 1, no território deles, em torneio amistoso. Destino...

... Que se tornou realidade em dois lances. O primeiro após um drible desconcertante de Müller e um gol indecifrável de Raí. O último em jogada ensaiada entre Cafu e o mesmo Raí: uma cobrança de falta magistral. Domo arigatô! São Paulo Campeão Mundial Interclubes! E de quebra, na volta – sofrendo de jet-lag inclusive, bateram com folgas outro rival na final do estadual. Nem é preciso dizer que o Tricolor também seria o Rei dessa década do Campeonato Paulista, tendo sido empossado em 2000, também com outra magistral cobrança de falta, desta vez, de um certo goleiro...

De 1990 aos dias de hoje
Parte II

Todavia ainda é cedo para esta história tomar outros rumos. O assunto ainda é o Mundo, que vestiu as camisas do São Paulo FC também em 1993. Depois de aplicar a maior goleada em finais de Taça Libertadores da história, sagrar-se Bicampeão Sulamericano, a terra do sol nascente receberia por mais uma vez – mas não a última –, a Ferrari que atropelaria os italianos do Milan, com direito a gol de calcanhar (sem querer) de Müller. Uma Máquina Mortífera!

Certo tempo se passaria até o São Paulo poder, novamente, assombrar o continente e o resto do mundo. Pouco tempo, para uns, uma eternidade para outros – acostumados a rotina de conquistas. Nesta entressafra, relances de genialidade, com Kaká e a conquista do Rio-São Paulo, ou de superação, com Luís Fabiano e a classificação para a Libertadores da América de 2004, após 10 anos... Contudo, nunca se duvidou que esse momento, essa sensação que corre no sangue de cada são-paulino, voltaria a ser sentida em suas veias.

E 2005 chegou. Se escala a montanha a começar pela base. A base fora superada com planejamento e mais investimentos: Vieram os Centro de Concentração e Treinamento Homero Bellintani, de Guarapiranga, no fim dos anos 90, e o Centro de Formação de Atletas Laudo Natel, de Cotia, inaugurado neste santo ano. A escalada continuou com nova conquista estadual. A Libertadores erguida com goleada em casa. E o Mundial... Onde o principal oponente fora um time vermelho, chamado Liverpool.

Sim, o Mundial foi digno de um verdadeiro Clube da Fé, de uma Torcida de Fé, que defendeu junto a Rogério Ceni cada chute que ameaçou meta são-paulina, que comemorou cada “bola pro mato que é jogo de campeonato” de Diego Lugano, ajudando desta maneira a todos do Time de Guerreiros. A Bandeira do São Paulo fora novamente fincada no ponto mais alto do mundo!

Nenhum outro clube no Brasil jamais sequer ousou tal nível. E o São Paulo o teve em mãos. Sua hegemonia, absoluta, fora ainda mais realçada nacionalmente com as posteriores conquistas no Campeonato Brasileiro. Uma vez, Tetra, 2006. Duas vezes, Penta, 2007. Três vezes, Hexa!, 2008. Tricampeão consecutivo! Soberano, em todas as suas formas.

E é mais do que extremamente inspirador saber que esta história não termina por aqui...

Ídolos em destaque

Müller
Luís Antônio Corrêa da Costa
Atacante
1984-1988 / 1991-1994 / 1996
Campeão Mundial de 1992 e 1993.
Campeão da Libertadores da América de 1992 e 1993.
Campeão da Supercopa Sulamericana de 1993.
Campeão da Recopa Sulamericana de 1993 e 1994.
Campeão Brasileiro de 1986 e 1991.
Campeão Paulista de 1985, 1987, 1991 e 1992.

Cafu
Marcos Evangelista de Moraes
Lateral e Ponta
1989-1994
Campeão Mundial de 1992 e 1993.
Campeão da Libertadores da América de 1992 e 1993.
Campeão da Supercopa Sulamericana de 1993
Campeão da Recopa Sulamericana de 1993 e 1994.
Campeão Brasileiro de 1991.
Campeão Paulista de 1989, 1991 e 1992.

Zetti
Armelino Donizeti Quagliato
Goleiro
1990-1996
Campeão Mundial de 1992 e 1993.
Campeão da Libertadores da América de 1992 e 1993.
Campeão da Supercopa Sulamericana de 1993
Campeão da Recopa Sulamericana de 1993 e 1994.
Campeão Brasileiro de 1991.
Campeão Paulista de 1991 e 1992.

Kaká
Ricardo Izecson dos Santos Leite
Meia-Atacante
2001-2003
Campeão do Rio-São Paulo de 2001.

Luís Fabiano
Luís Fabiano Clemente
Atacante
2001-2004
Campeão do Rio-São Paulo de 2001.

Lugano
Diego Alfredo Lugano Moreno
Zagueiro
2003-2006
Campeão Mundial de 2005.
Campeão da Libertadores da América de 2005.
Campeão Brasileiro de 2006.
Campeão Paulista de 2005.

Rogério Ceni
Rogério Mücke Ceni
Goleiro
1990-2009
Campeão Mundial de 1992, 1993 e 2005.
Campeão da Libertadores da América de 1993 e 2005.
Campeão da Supercopa Sulamericana de 1993.
Campeão da Recopa Sulamericana de 1993.
Campeão da Conmebol de 1994.
Campeão Brasileiro de 2006, 2007 e 2008.
Campeão do Rio-São Paulo de 2001.
Campeão Paulista de 1998, 2000 e 2005.

7 comentários:

  1. Muito bom o texto Michael!
    Mas se eu não me engano o apelido de Red Devils é do Manchester United e não do Liverpool!
    Só essa observação mesmo, abraços.

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  2. Bola fora hehe vo arrumar.

    Ainda bem que essa parte nao chegou a ir ao ar hehehe

    E obrigado.

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  3. Espero ter ajudado =)
    Esse texto vai pra onde? Pro site oficial?

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  4. Sim.. digo, não, só a primeira parte ja foi publicada no site. A campanha do metro foi muito rapida, nem deu tempo de divulgar o resto, se me lembro.

    Logo a parte do reds nem foi ao ar, ainda bem hehe, mas obrigado hehe

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  5. Michael, duas observações: falta no ídolos de 70 o jogador Forlan. Cresci tendo o Fórlan como ídolo. Para mim, muito mais até que Waldir Peres.
    Já nos anos 90, eu, e boa parte da torcida, não colocaríamos Cafu nessa galeria. O Cafu deu um passa-moleque no São Paulo e foi jogar nos Róseos. Não havia problema algum em ele jogar para eles, apenas a forma em que a transação se deu é que foi sem ética. Por essa atitude não merecia nem pisar na calçada do lado do Morumbi. A diretoria atual até mantém relações com o Cafu, o que eu acho uma falta de compromisso com a história do São Paulo, pois entendo que o mercenário Cafu abriu mão de sua história no clube quando aceitou que sua transferência fosse feita da forma em que foi feita.
    Um grande abraço.

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